sexta-feira, 3 de abril de 2009


Pollyana Ferrari - otimismo em relação ao webjornalismo

Alguém que seja professora de Jornalismo Digital na PUC e Unifeo, está entrosada no mercado editorial de informática desde 1980, que se dedica à internet desde 1995, tenha sido diretora da unidade de internet da Editora Globo e editora do site da revista Época; também foi editora-chefe do programa Vitrine, da TV Cultura, editora de conteúdo do portal iG e que atua como consultora de empresas, merece ter sua entrevista lida, relida e comentada, sobretudo no meio jornalístico. Naturalmente que se trata de uma mulher, tendo em vista o gênero feminino empregado em vários substantivos desta apresentação. Trata-se de Pollyana Ferrari.
Nessa entrevista, concedida ao professor de webjornalismo André Deak, Pollyana responde sobre o crossover de mídias no Brasil que teve como furo a capa da revista Época, de 1998, intitulada “Leia e ouça”. Para ela, esse processo deixou de evoluir, no Brasil, e o que é mais grave, regrediu, e afirma que "as redes sociais" explodindo no planeta e nós ainda oferecemos a mesma notícia da Reuters em praticamente todos os portais". A jornalista, que se mostra descrente com o mercado midiático digitalizado brasileiro cita apenas o G1, da Rede Globo, como um dos movimentos nesse sentido de ciberespaço.
Deak se refere ao livro de Pollyana Ferrari – Jornalismo Digital, lançado em 2004, que é elemento indispensável em nossos cursos de comunicação. A autora se sente feliz com essa referência pela possibilidade de sua pesquisa contribuir com a mudança do conceito de jornalismo no país, porque reconhece que “a web amadureceu e a blogosfera explodiu”. Não se pode esquecer que as redes sociais são tema do trabalho dessa doutora.
Já que se abordou sobre essa obra da entrevistada, editada em 2004, é bom lembrar que há livros relacionados com o “Jornalismo Digital”, dentre eles “Os Jornais podem desaparecer?”, de Philip Meyer e “A Arte de Escrever Bem", escrito por Arlete Salvador e Dad Squarisi.
Neste momento em que a lei da obrigatoriedade ou não do diploma de jornalista está sendo votada, Pollyana cita o "cidadão repórter" como nova função a ser exercida por "todos transformando seu cotidiano em notícia". E encerra com previsão otimista ao afirmar: "Não vejo problema nisso, mas o papel do jornalista, o editor da notícia, continua o mesmo e vai continuar".

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Falsa gravidez deflagra barriga da imprensa brasileira

Mitsi Coutinho Lages

Neste mês o conglomerado de TVs, rádios e jornais considerado o mais importante do Brasil capitaneou notícias e reportagens sobre Paula Oliveira, o que, de certa forma, deu maior proporção ao fato. Essa advogada brasileira, de 26 anos, que mora em Zurique, na Suíça, anunciou que sua gravidez de gêmeos foi interrompida, no dia 8, pela agressão de três skinheads.

Na ação, os marginais neonazistas teriam usado estilete para talhar letras e sinais no corpo da vítima. A ocorrência levou o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim e o Presidente Lula a criticarem aquele país e, com isso, o Brasil habitou, nos últimos dias, a mídia internacional. Feitas as apurações pela justiça, autoridades suíças constataram que são falsas a gravidez e a agressão.

"E agora, José? - diria Drummond - ..."a luz apagou, não veio a utopia e tudo acabou". Talvez o nefasto sonho, para muitos, de que a Suíça possa igualar-se por baixo e ser palco desse crime hediondo de xenofobia, não se confirmou. Evidente ficou a barriga da imprensa brasileira, inchada pelo que engoliu e alardeou sem apurar. Isto porque o termo barriga faz parte do jargão jornalístico, e quer dizer "notícia publicada por órgão de imprensa e posteriormente desmentida pelos fatos".

Já tivemos situações semelhantes, como no Caso Escola Base - de São Paulo, quando em março de 1994 a mídia publicou reportagens sobre seis pessoas, incluindo os diretores do estabelecimento, que estariam envolvidas em abuso sexual contra crianças, seus alunos. Por falta de provas, o caso foi encerrado e considerado "marco histórico da irresponsabilidade".

Na primeira metade do século passado registrou-se um dos maiores erros judiciários da história do Brasil, "com extensa repercussão". Em Araguari-MG, os "Irmãos Naves" foram torturados, um deles até a morte, e suas famílias perseguidas, acusados de terem matado um primo, cujo corpo sequer foi encontrado. Anos depois a suposta vítima apareceu.

"O caso passou a ser nacionalmente conhecido. A imprensa o divulgou com merecido destaque". Trata-se, como foi dito, de erro judicário, mas diante de tanta negativa por parte dos incriminados, não cabia à imprensa ter investigado?

Para o jornalista Luiz Weis, dos periódicos Observatório de Imprensa e do Estado de São Paulo, os redatores do caso Paula Oliveira "pularam, o que é pior, a página onde estão os advérbios 'alegadamente' e 'supostamente' ".
Sensato o discurso de Weis, porque termos mais amenos indicam que o fato ainda não foi esclarecido, tratando-se, apenas, de hipótese ou conjectura. Por outro lado, jornais europeus como o Tages-Anzeiger, 20 Minuten e Neue Zürcher Zeitung estampam notícias, algumas irônicas e outras depreciativas sobre o Brasil e seus governantes, em notório detrimento da ética.

A notícia sobre Paula Oliveira está em pauta, mas aguarda-se pela conclusão das investigações. Enquanto isso, é bom lembrar daquela lição de alguém que foi se confessar, arrependido por ter caluniado a uma pessoa. Depois de ouvi-lo, o sacerdote aplicou-lhe a penitência de comprar um saco de penas de aves e que fosse espalhando todas elas por uma estrada. Quando retornasse, recolhesse uma por uma as penas espalhadas. Impossível! - disse o pecador - porque o vento as leva. Respondeu-lhe o padre: - Assim é a honra que você destruiu.

Voltando ao caso em questão, percebe-se que houve injúria contra as instituições suíças e foram vítimas de deboche as autoridades brasileiras. Se a investigação cabe à polícia, compete à imprensa a apuração dos fatos e, que antes da conclusão do processo, não se informe que alguém "viu", mas "teria visto", e nem que "matou", porque melhor dizer "suspeito de ter matado". Para acusar, é preciso contar com provas ou, no mínimo, evidências, como o fez o escritor francês Émile Zola em J`accuse, e que, ainda assim, desconfia-se que a inferência custou-lhe a vida.
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Fontes: Internet de 21-22/02/2009
Dicionário Houaiss

leia também:
globo terá que pagar indenização milionária para motorista da escola base

video: Quem é e como vivia Paula Oliveira

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Estudantes de jornalismo debatem obrigatoriedade do diploma

Mitsi Coutinho Lages


Partindo do conceito de que "o diploma presume o conhecimento", o desembargador Antônio Álvares da Silva estimulou estudantes de jornalismo a lutarem por essa prerrogativa da profissão quando afirmou: "Vocês jornalistas têm que pressionar o tribunal para a decisão da sentença". Para ele, a juíza de São Paulo teve apenas um raciocínio de conveniência quando decidiu contrariamente a essa exigência. Durante exibição de vídeo, o jurista esclareceu que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as atribuições estabelecidas em lei, para o que são previstos três tipos de qualificação: técnica, científica ou cultural.

Antônio Álvares propôs indagações: "E a formação da notícia? E os editoriais, como ficam? Esses últimos - afirmou, são altamente educativos, porque são lidos pela elite formadora de opinião. Vejo o jornalismo não como o quarto, mas como primeiro poder, tal é sua perspectiva de informar à nação". Dentre os argumentos favoráveis à não exigência, citou o que primordialmente considera ridículo, quando se afirma que o diploma é elitista. Além desse, há o que prescreve que o exercício do jornalismo não exige conhecimento especial, bastando ler e escrever.

O desembargador lembrou que os antagônicos ao diploma também se apóiam no fato de que o Brasil é dos poucos países que fazem essa exigência, mas afirmou que tanto a Rede Globo como a Folha de São Paulo não cometem a insanidade de manterem amadores em seus quadros de funcionários.

Ainda na Semana da Comunicação da Faculdade Estácio de Sá, em Belo Horizonte, falou o jornalista Robson Leite, dos Diários Associados. Para ele, "o estudante de jornalismo de hoje já está sabendo da necessidade de estar 'por dentro' das várias mídias e como futuro profissional será um produtor de conteúdo que vai lidar com som, imagens, fotos, textos, internet, portais e sites". O palestrante abordou a questão da ética que no momento exige reflexão mais profunda, quando lembrou que, muitas vezes, é abandonada por jornalistas em prol da venda, como no caso de seqüestros, suicídios e violência doméstica. Robson afirmou que "o alvo do jornalista não é ele mesmo, nem o que é capaz de produzir: deve ser o outro, a sociedade mais justa, com informação de qualidade".

Quando Lúcio Pérez discorreu sobre sua atividade à frente da assessoria de comunicação da Assembléia Legislativa do Estado, afirmou que é partidário da setorização dos jornalistas, porque se tornam verdadeiros especialistas em assuntos. Ele aconselhou os estudantes a dirigirem seu olhar para os concursos das assessorias, que "geralmente pagam bem e oferecem melhores horários de trabalho que as redações".

Também como pauta da semana Maurilo Andreas falou de publicidade e afirmou que "se o profissional conseguiu chamar a atenção para a marca do produto já fez grande coisa". Andreas alertou sobre a necessidade das pessoas em dividir o tempo, o seu dia em várias mídias, porque comunicar com eficiência, hoje, "pressupõe criar mensagens que perpassam meios".

Ouça, a seguir, comentário da autora.





Veja tema abordado sobre Comunicação Eletrônica
Veja, também, Assessoria de Comunicação na Esfera Pública
E agora, confira sobre a Obrigatoriedade do diploma de jornalismo

domingo, 12 de outubro de 2008



TRUCO, VALE SEIS!


Com a crise americana, uns gritam, outros fogem. E quem ganha?

Mitsi Coutinho Lages


Sem dúvida, não está sendo possível aos Estados Unidos lavar sua roupa suja em casa. Mas isso é o que podia acontecer com quem sempre forçou a globalização no mais agudo fisiologismo. Afinal, a lei do retorno das boas e más ações - e aqui não se trata de ações da bolsa, mas das humanitárias - não poderia faltar neste momento, porque os americanos sempre enfiaram sua colher de pau na panela dos outros povos, e com isso muito se expuseram de modo que o mundo inteiro está de olho neles.

Como em um jogo de perdas e ganhos, onde a sorte é bem vinda mas a observação e astúcia são fundamentais, neste momento, todas as nações estão ganhando, excluindo-se, é claro, os Estados Unidos. É possível que venha romper ou, no mínimo, enfraquecer esse Império American Way Of Life Globalizador do Capitalismo. Ainda que sinistras conseqüências econômicas possam afetar países, a lição que essas nações vão extrair poderá ser de grande valia: a de perceber que o seu próprio comando é o mais saudável instrumento de governo. Pode não lhes trazer desenvolvimento em alta escala, mas certamente o trará na mesma proporção das necessidades de seu povo, de forma que esse povo se sinta feliz pelo que deseja e não, pelo que lhe é imposto.

Vem ardendo há dias a fogueira fomentada pelos partidos políticos que discutem o papel do governo americano, o próprio poder executivo, os bancos e o povo. De um lado, estão os detentores de investimentos de alto risco, simbolizados por Wall Street, que esperam do governo o pronto socorro no resgate do que se pode chamar de "papéis podres"; de outro, o Main Street, representado pela economia como um todo e que já sente as dores da crise. Se Wall receber ajuda, o governo deve impor regras e limites para que as mesmas práticas desvairadas não voltem a acontecer, caso contrário ocorrerão falências e conseqüente desemprego em massa.

Interessante é conhecer artigo publicado no jornal alemão Der Spiegel, intitulado "Estados Unidos da América: o país onde o fracasso é recompensado". Esse periódico comenta que "há 100 anos atrás o alemão Georg Simmel criticou os bancos por ficarem cada vez maiores e mais poderosos do que as igrejas". Para esse jornal "nos EUA há os 'desinibidos', que não se acanham em admitir a falta de cautela, o desperdício extravagante e a cobiça onipresente", o que eles próprios chamam de American way of life (estilo de vida americano); seus membros vivem no aqui e no agora, sem se preocupar com o futuro". Basta olhar para Southampton, perto de Nova York, que é "um reduto da elite endinheirada com castelos de contos-de-fada à beira mar".

O mesmo jornal germânico cita Karl Marx, quando o filósofo afirmou que "com um lucro apropriado, o capital é despertado; com 10% de lucro, ele pode ser usado em qualquer lugar; com 20% torna-se vivaz; com 50% fica positivamente ousado; com 100% ele esmagará com os pés todas as leis humanas; e com 300%, não existe crime que ele não se disponha a cometer, ainda que se arrisque a ir para a cadeia". A isso, pode-se ilustrar com o que foi dito pela psicanalista Maria Rita Kehl: "A raiz da violência? Está onde sempre esteve: do lado das elites. Na falta de escrúpulos justificada pela lógica do capital. Na impunidade. Na ganância". Voltando ao artigo do Der Spiegel , é dito que "o capitalismo norteamericano ainda não morreu, mas está simplesmente preparando o seu próprio falecimento".

É preciso lembrar que o Império Romano tornou-se um dos maiores da antigüidade. Possuía balneários opulentos para seus senadores e membros da aristocracia, escravizou povos que passaram a pagar-lhe impostos, criou a política do >Pão e Circo para desviar ardilosamente a atenção da população carente e tratava o Mar Mediterrâneo de Mare Nostrum. No entanto, devido à "corrupção e gastos com luxo" sucumbiu no ano 476. Que essa lição de agora sirva para reconhecermos que o mundo é uno em sua origem, na semelhança dos povos entre si. No entanto, a ele pode-se aplicar o poema de Gibran Khalil no que diz respeito à união pelo casamento: "...Cantai e dançai juntos, e sede alegres; ... e viveis harmoniosos, mas não vos aconchegueis demasiadamente. Pois as colunas do templo erguem-se separadamente, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro".



quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Jornalista Eduardo Costa admirado pela polícia




O jornalista Eduardo Costa esteve presente no Seminário "Mídia e Segurança Pública - Cobertura Policial ou Social?", no dia 18 e promovido pela Faculdade Estácio de Sá, no Prado. Ele reconhece ser antigo o antagonismo entre jornalistas e policiais, em alguns momentos em razão de atos cometidos e muitas vezes devido a matérias veiculadas.



Para ele "a diferença entre o veneno e a cura é a dose", porque o profissional da mídia deve dosar a crítica, ouvir os que se queixam e os que são acusados de arbitrariedade, exigir providências sem prejudicar a imagem da polícia.



O programa Chamada Geral é apresentado pelo profissional na Rádio Itatiaia-BH, de segunda a sábado, de 13 às 14h, de caráter jornalístico, com entrevistas ao vivo e notícias da hora. Tornou-se admirado pela polícia, porque aborda assuntos polêmicos e às vezes delicados, porém com a seriedade e respeito que a entidade espera.

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UM BRASIL MUDANDO
Assista a um trecho da participação do
Jornalista Eduardo Costa, no seminário
Midia e Segurança Pública - Cobertura Policial ou Social?


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Estudantes se interessam por tema polêmico


Cinco jovens do Centro Universitário Newton Paiva, em Belo Horizonte, pesquisaram sobre o comportamento da mídia impressa brasileira em relação à ditadura militar no Chile, na década de 70. Orientado pelas professoras Adriane Vidal Costa e Juniele Rabelo o grupo desenvolveu estudo intitulado “História, Imprensa e Censura - A Cobertura Brasileira do Golpe Militar no Chile – 1973”.


Tomando por base a mídia impressa, pesquisaram exemplares da época, com ênfase no Jornal do Brasil, Estado de São Paulo, O Globo, Opinião, Jornal da Tarde além das revistas Manchete, Veja e Visão. Segundo informou a aluna Áurea Karine, “é claramente perceptível como militares brasileiros se empenharam em apoiar, no Chile, a imposição do General Pinochet no poder. Afinal, isso fortalecia o regime brasileiro, também imposto em 1964, quando entrou para a presidência da república o Marechal Castelo Branco”.


Os alunos Áurea Karine Graças Gonçalves, de São João do Paraíso-MG, Ana Paula Araújo, Ana Clara Otoni, André Souza e Gabriel Costa, quatro deles do curso de jornalismo e um de História, são os protagonistas do trabalho. Eles aguardam, agora, o patrocínio de alguma instituição que se disponha a financiar a impressão de uma livro sobre a pesquisa realizada.






Conheça também:

Blog da Áurea

Ouça a entrevista com a estudante Àurea